Coloridos, mas sem graça nenhuma

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O momento é mesmo das bandas teens, formada por jovens metidos a músicos, adorados por fãs adolescentes que acham suas músicas as melhores do mundo. O destaque da vez é a banda Restart, essa mesma de visual coloridinho, que vem aparecendo e ganhando prêmios em tudo quanto é lugar, espalhando amor e ódio por aí. De novidade nessa safra de bandas só mesmo o aparência exageradamente colorida da banda Restart é que chama atenção. As músicas não trazem nada de interessante, são sempre os mesmos dilemas, as letras são melosas, seguidas de vocal também meloso e arrastado, outras trazem uma pseudo-rebeldia adolescente, deixando de lado o aparente ar “descolado".

A Banda Restart foi a grande vencedora do VMB 2010, o prêmio celebrado pela MTV, ganhando cinco das categorias disputadas, incluindo o de artista do ano, para aplausos de uns, vaias de outros. O resultado era previsível, já que a audiência da MTV é jovem, e provavelmente deve estar infestada de seguidores da banda. É tenso, mas a verdade é que tal consagração reflete aquilo que os adolescentes dessa nova geração vêm apreciando como música. Mesmo que essa premiação não tenha a mesma importância de antes, quando eram premiados artistas de verdade e ainda conseguia nos deixar ansiosos na torcida por nossos favoritos, o fato é que o cenário atual da música voltada para o público jovem e feita por eles é banal e sem graça.

Portanto, queridos leitores, as paradas de sucesso não estão dominadas apenas pelo mocinho cantor-dançarino Justin Bieber, mas tem uma galera aqui no Brasil fazendo um som aborrecente, seguem essa linha as bandas Cine, Hori, e sei lá quantas mais. Posso estar provocando a ira da turma teen na faixa dos quinze anos, que os acham lindos, fofos, mas a verdade é que virou uma febre que precisa de antídoto. O que, talvez, nos deixe mais tranquilos é que essa fase vai passar, e depois da febre, a galerinha irá perceber o quanto era chato, cafona e fútil curtir esse som. E viva as vaias que podem vir para o bem ou para o mal, nesse caso para o bem dos que não aguentam mais tanto colorido sem graça.

O reencontro de Los Hermanos

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A banda Los Hermanos que tinha decretado seu fim, ou melhor, uma pausa por tempo indeterminado para que seus integrantes pudessem se dedicar a trabalhos paralelos, voltam aos palcos em outubro para shows em três capitais brasileiras. As contempladas são Recife, Fortaleza e Salvador que terá um show extra devido a grande procura por ingressos que se esgotaram em menos de duas horas.

Segundo Marcelo Camelo, essa iniciativa nasceu da vontade de reunir os amigos de banda e matar as saudades de tocarem juntos. Na verdade, esse lance de dar "um tempo" é uma estratégia para dedicar-se a trabalhos pessoais e deixar de molho e sem muitas expectativas fãs ávidos por trabalhos inéditos, não será surpresa nenhuma se em algum momento eles lançarem um disco novo, esse show de reencontro parece caminhar para isso.

Não sou fã dos Los Hermanos, mas gosto da banda e tenho vontade de conhecer o show, até dediquei algumas horas do meu tempo enfrentando uma fila gigante na tentativa de comprar um ingresso para o show extra. Teve gente que madrugou na porta do Teatro Castro Alves para garantir o seu, alguns com violão em punho cantarolando suas principais canções, sem se preocuparem com o sol quente em suas cabeças. Os ingressos postos a venda por 30 reais, chegam a custar 150 reais nas mãos de alguns cambistas, fãs afoitos pagam por essa quantia.

Dias 17 e 18 de outubro, Salvador espera pelos barbudos dos Los Hermanos, reunindo na Concha Acústica, lugar que, segundo eles, fizeram os shows mais inesquecíveis de sua carreira, os fãs mais chatos da música brasileira.

O universo gótico por Siouxsie and the Banshees

sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O clima mórbido, sombrio, cheio de mistério, e letras carregadas de angústia e pessimismo são características do pós-punk e do rock gótico. O estilo nunca havia despertado meu interesse, achava chato e monótono. Mas depois que conheci o som do Siouxsie & the Banshees, considerada uma das bandas mais importantes e influentes do gênero, alguns preconceitos se desfizeram sendo o ponto de partida para conhecer o universo gótico, e nada melhor que entrar num mundo desconhecido através de uma banda que é referência. A primeira música que ouvi é também a mais famosa do Siouxsie & the Banshees, Cities in dust.

O Siouxsie & the Banshees teve início em 1976 e terminou oficialmente em 1996. A banda surgiu graças a Steven Havoc (baixo) e Susan Ballion (vocal), integrantes de um grupo de fãs ingleses do Sex Pistols que se chamava Broomley Contigent. Os outros membros também faziam parte da "rodinha" de punks ou simpatizante do estilo, Marco Pirroni (guitarra) e Jonh Simon Ritchie (bateria). O nome estranho é uma referência ao filme "Cry of the Banshee", baseado num conto de Edgard Alan Poe, quando eles tiveram a idéia de se chamar "The Banshees". Cogitaram depois "Susi and the Banshees", mas Susan Ballion resolveu adotar seu famoso pseudônimo, Siouxsie Sioux, e, definitivamente, a banda ganhou o nome de Siouxsie and the Banshees. Ao longo da carreira o grupo teve vários integrantes, incluindo o vocalista do The Cure, Roberth Smith, que já era velho conhecido, pois o The Cure abriu algumas apresentações do Siouxsie and the Banshees em 1970.

A banda acabou, mas deixou sua marca na história do rock alternativo. Siouxsie é uma das principais criadoras do visual bastante adotado por góticas daquela época e de muitas garotas punks de hoje em dia. Ela tem uma presença e voz marcantes, acabou lançando um disco solo, Mantaray (2007), para a alegria dos fãs, além de ter sido bem recebido pela crítica. Dê um clique no vídeo abaixo e curta Cities in dust. O clipe é meio tosco, mas a intenção é mesmo essa, quanto mais anárquico melhor!