Quem curte música alternativa e de muita originalidade tem que conhecer o som de Karina Buhr. Baiana de nascença, mas pernambucana de alma e coração, Karina, integrante do Comadre Fulozinha, lançou seu primeiro disco solo no ano passado, conquistando a crítica e um público ávidos por novidades que fugissem do marasmo e previsibilidade da Música Popular Brasileira. O disco de estreia Eu menti pra você, não escapou das listas de melhores álbuns lançados em 2010.
Com uma voz meiga, mas língua afiada, Karina canta sobre diversos temas que vai do amor a guerra, com um discurso livre e original. Destaque para “Mira ira”, e os registros bélicos “Nassíria/ Najaf” e “Soldat”. A diversidade sonora e o colorido que emolduram suas canções escapam de uma definição de gênero e estilo, resultado da própria diversidade cultural em que viveu cercada. O sotaque carregado transmite ainda mais personalidade a sua música. Tudo é muito bem orquestrado do começo ao fim por Bruno Buarque (bateria e MPC), Mau (baixo), Guizado (trompete), Dustan Gallas (teclados e piano), Otávio Ortega (teclados e bases eletrônicas), Marcelo Jeneci (acordeon e piano), Edgard Scandurra e Catatau (guitarras).
Para quem respirou os ares de Chico Science e Nação Zumbi, do maracatu e da música de raiz, Karina Buhr não decepciona, certamente desponta no cenário musical como uma artista talentosa, moderna, multicultural, que dispensa rótulos e nos retira do estado de inércia, alguma coisa o ouvinte irá sentir, mesmo que seja estranheza, só não irá ficar indiferente. Apesar de desconhecida pelo grande público, Karina é sucesso na cena indie, e consegue dar seu recado em “Ciranda do incentivo”, uma crítica as leis de incentivo a cultura, “Eu preciso entrar no gráfico, no mercado fonográfico”.
Clique aqui e ouça "Eu menti pra você"
Para quem quiser baixar o disco clique aqui. A própria Karina deixou nos comentários do blog.
As 10 turnês mais lucrativas de 2024 no momento
Há 11 horas