Nunca um disco ou artista me conquistou com tanta facilidade. Efêmera, disco de estreia da cantora paulista Tulipa Ruiz, figurou entre os melhores lançamentos nacionais de 2010, em diversos sites e revistas especializadas. De fato, não deixa de ser surpreendente, mesmo porque em discos de estreia sempre fica faltando algum detalhe ou algo que não se encaixou muito bem, frustrando algumas expectativas, mas esse não é o caso de Efêmera, delicioso e perfeito da primeira a última música. A maioria das canções são composições da própria Tulipa, além disso, ela também trabalha com ilustração e assina o trabalho gráfico do disco. A voz lembra um pouco Gal Costa e as letras são leves, divertidas e comoventes, daquele tipo que ocupa sua mente sem pedir licença e ser chata.
Efêmera tem uma sonoridade que remete a Tropicália, mas vai muito além, os arranjos são bem minimalistas, aparentemente simples, mas extremamente sofisticados e harmonioso. O disco traz boas participações como Céu e Thalma de Freitas, bem sutis, mas que dão um tempero a mais no disco. A música que abre e dá nome ao álbum tem um ritmo bem envolvente, como um musical havaiano, e é a porta de entrada para o mundo de Tulipa. O momento mais calmo fica por conta da canção “Do amor” e a mais divertida “Pontual” brinca com a falta de pontualidade de alguém que perde a sessão de cinema, mas jura ser pontual numa próxima vez. “Brocal dourado” nos envolve num clima psicodélico e hipnotizante, já “As vezes” nos remete aos anos 80, e é, talvez, a mais pop do disco juntamente com “A ordem das arvores” , que eu simplesmente adoro, tem uma levada meio funk, cheia de grooves, é o momento certo para se soltar.
A música que encerra o disco “Só sei dançar com você” conta com a participação especial de Zé Pi(Druques), e fecha em clima de romance "Só sei dançar com você e isso é o que o amor faz...". Enfim, a variedade de estilos não prejudica a unidade do disco, pelo contrário, nos remete a uma série de boas sensações, é um verdadeiro remédio anti-monotonia.
Clique e ouça "A ordem das árvores":
O som viciante de Tulipa Ruiz – Efêmera
Postado por
Ítalo Richard
às
13:19
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
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- Ítalo Richard
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