Ela estourou com a música “I kissed a girl”, se destacou entre as diversas cantoras pop e emplacou um sucesso atrás do outro. Katy Perry, até seu nome soa como um chicletinho, repete a formula da canção hit e a explora até as últimas conseqüências em Teenager Dream, 2010. Como o próprio título do disco sugere, as músicas giram em torno da juventude americana, na qual os sonhos adolescentes estão recheados de todos os clichês possíveis, garotas de biquíni, desilusões amorosas, carros, festas, bebedeiras... Ingredientes certos para tornar Teenager Dream uma máquina de hits.
As músicas grudam, fazem você se jogar nas pistas, e mesmo sendo chiclete parecem não perder o sabor. O grande mérito é da própria Katy que tem uma voz agradável, consegue ser sexy sem muito esforço, sem sussurros insuportáveis que possam esconder seu voz ou exagero visual que possa ter mais destaque que sua música. Em Teenager Dream, a cantora exibe toda a potência vocal e também seu talento para criar refrões grudentos, destaque para a música que abre e dá nome ao disco, e também a dançante “California Gurls”, "Firework", a divertida “Peacock”, a misteriosa “E.T”, até a menos empolgante do disco "Not Like the Movies", consegue ser interessante.
Katy Perry encarna o melhor do pop atual e consegue mesclar com competência o moderno e o retrô em sua performance. Das cantoras pop que estão em evidencia é talvez a única que apresenta uma música divertida, bem humorada, gostosinha, tudo na medida certa.
Certa manhã acordei de sonhos intranquilos - Otto
Postado por
Ítalo Richard
às
15:00
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Tem certos artistas que nós costumamos dar atenção tarde demais, mas antes tarde do que nunca. Semanas atrás fui ao show do cantor pernambucano Otto, e me surpreendi com a qualidade da música, da banda, e da sua performance. Já tinha ouvido algumas músicas em trilhas de novela, ou através de amigos que curtem o som e seu estilo, mas nunca tinha prestado atenção, até que um dia baixei o seu disco mais recente, Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, e adorei.
O título do disco foi extraído da obra "Metamorfose", de Franz Kafka, e explica o inferno astral que o cantor vivia naquele momento, tinha se separado da mulher, perdeu a mãe e afilhada, e ainda estava sem gravadora. Mas, foi no fundo do poço que ele conseguiu gravar o álbum que é considerado por muitos o melhor de sua carreira. O disco foi lançado no final de 2009, traz uma sonoridade mais orgânica e menos eletrônica que os anteriores, a melodia se mistura aos ritmos regionais brasileiros com letras cheias de melancolia, em que o artista canta suas dores, saudades e inquietações.
O álbum reúne 10 faixas, sendo que oito são assinadas por Otto e duas são regravações, "Lágrimas Negras", de Jorge Mautner e Nelson Jacobina (com participação da mexicana Julieta Venegas, que também canta "Saudade", já comentei sobre essa excelente cantora aqui no blog) e o samba-canção "Naquela Mesa", de Sérgio Bittencourt. Destaque também para as canções “Crua”, a roqueira “6 minutos”, a experimental "O Leite" ("Quando eu saí da tua vida / Bati a porta / Saí morrendo de medo / Do desejo do desejo de ficar"), essa com participação de Céu, e a regional "Janaína", uma homenagem à Iemanjá, ("Disse um velho orixá / Pra oxalá, pra acreditar / Pra não temer, temer, temer / Desses tempos verdadeiros / Tempos maus").
Enfim, apesar do disco escorrer por linhas e formas de caos, como o próprio Otto escreveu no encarte, podemos desfrutar de uma obra-prima da música brasileira, cheia de beleza e bom gosto. Afinal, podem nascer flores mesmo num canto de um quarto escuro.
Clique aqui e ouça "Crua".
O título do disco foi extraído da obra "Metamorfose", de Franz Kafka, e explica o inferno astral que o cantor vivia naquele momento, tinha se separado da mulher, perdeu a mãe e afilhada, e ainda estava sem gravadora. Mas, foi no fundo do poço que ele conseguiu gravar o álbum que é considerado por muitos o melhor de sua carreira. O disco foi lançado no final de 2009, traz uma sonoridade mais orgânica e menos eletrônica que os anteriores, a melodia se mistura aos ritmos regionais brasileiros com letras cheias de melancolia, em que o artista canta suas dores, saudades e inquietações.
O álbum reúne 10 faixas, sendo que oito são assinadas por Otto e duas são regravações, "Lágrimas Negras", de Jorge Mautner e Nelson Jacobina (com participação da mexicana Julieta Venegas, que também canta "Saudade", já comentei sobre essa excelente cantora aqui no blog) e o samba-canção "Naquela Mesa", de Sérgio Bittencourt. Destaque também para as canções “Crua”, a roqueira “6 minutos”, a experimental "O Leite" ("Quando eu saí da tua vida / Bati a porta / Saí morrendo de medo / Do desejo do desejo de ficar"), essa com participação de Céu, e a regional "Janaína", uma homenagem à Iemanjá, ("Disse um velho orixá / Pra oxalá, pra acreditar / Pra não temer, temer, temer / Desses tempos verdadeiros / Tempos maus").
Enfim, apesar do disco escorrer por linhas e formas de caos, como o próprio Otto escreveu no encarte, podemos desfrutar de uma obra-prima da música brasileira, cheia de beleza e bom gosto. Afinal, podem nascer flores mesmo num canto de um quarto escuro.
Clique aqui e ouça "Crua".
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- Ítalo Richard
- Produtor Cultural e estudante de jornalismo. Viciado em café, louco por música e não dispensa uma cervejinha com os amigos.
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