Poucas canções são capazes de marcar época e dar novos rumos à música. Nesse sentido, Like a Rolling Stone, do Bob Dylan, foi um divisor de águas, estabelecendo um novo padrão sonoro e literário para a música pop mundial. E como tudo que ousa quebrar padrões, a trajetória de Like a Rolling Stone foi tumultuada e polêmica, não por acaso ela foi considerada por críticos especialistas como a música mais importante e influente do século XX.
É impossível falar sobre o rock sem falar da importância de Bob Dylan na evolução desse gênero. O rock’n’roll surgia ao som de Elvis Presley e assim começava-se a definir o padrão comportamental da juventude, logo em seguida viriam os Beatles que mostrariam uma nova maneira de fazer música pop, consequentemente levando outras bandas inglesas, a exemplo dos Rolling Stones, a buscar o sucesso. Mas somente em 20 de julho de 1965 quando Bob Dylan lançou Like a Roling Stone é que o rock experimentou uma transformação verdadeira, o gênero deixou de tratar de assuntos comuns, narrados de maneira breve, para dar lugar ao intimismo e a uma narrativa mais pesada, cheia de metáforas. Assim, Like a Rolling Stone passou a ser símbolo da contracultura e Dylan a influenciar vários artistas, como Jimi Hendrix e Frank Zappa.
Like a Roling Stone não só revolucionou a narrativa musical como também a forma de divulgar uma canção no rádio. As músicas até então só podiam ter no máximo três minutos de duração devido à própria capacidade do suporte, mas a canção tinha o dobro de duração. A gravadora sugeriu a Dylan que a editasse, método que foi prontamente recusado por ele sendo então dividida em duas partes. Apesar disso, o público exigia que a música fosse tocada na integra nas rádios. Os versos de Like a Rolling Stone contam a história de uma senhora de classe alta que de repente se vê pobre e falida, passando a sentir na pele a sensação de indiferença e de hostilidade da sociedade, culminando no refrão ácido “How does it feel / to be on your own / like a complete unknown / just like a rolling stone''.
Like a Rolling Stone foi o grande destaque do Lp Highway 61 Revisited, álbum que levou os fãs do Folk a acusar Dylan de traidor e a vaiá-lo em suas apresentação. Um público tão acostumado à sonoridade acústica que não admitia a introdução da guitarra elétrica em suas canções. Tão visionários e progressistas politicamente, porém intransigentes em relação à música. Esse episódio me fez lembrar dos Tropicalistas que foram acusados de alienados, traidores e americanizados, só porque subverteram a ordem tradicional de fazer música brasileira, inaugurando, assim, uma nova estética para a canção nacional. Mas, enfim, isso é assunto para outro post.
E para quem se interessou pelo tema, sugiro o livro “Like a Rolling Stone – Bob Dylan na Encruzilhada”. recém lançado pelo crítico musical Greil Marcus, no qual ele destrincha a canção e seu processo de feitura , assim como o contexto político e cultural da época.
“Like a Rolling Stone”, quando uma música muda a história da música
Postado por
Ítalo Richard
às
10:57
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Mexa comigo, mas não mexa com meu ídolo!
Postado por
Ítalo Richard
às
14:40
quarta-feira, 5 de maio de 2010
O que faz uma pessoa se deslocar de outro Estado para assistir ao show do Metálica, Aerosmith, Madonna, ou qualquer outro artista internacional e, além disso, pagar uma fortuna pelo ingresso? Ou se acabar em meio à multidão, chorando, desmaiando, se esgoelando quando o ídolo está no palco? Antes de me tornar um fã, achava ridículo o que algumas pessoas eram capazes de fazer por seu artista favorito. Esse negócio de seguir o artista em suas apresentações ao vivo, pesquisar sua vida pessoal, acompanhar novidades, tirar fotos, gritar, chorar, achava isso uma idiotice. Entretanto, sou um ridículo também, até porque todo fã de verdade é um apaixonado, e todo apaixonado é bobo e deveras um chato.
Falar mal do artista favorito é um insulto, é comprar uma briga feia. Lembro que brigava sempre com uma amiga da faculdade porque fazia críticas a Cládia Leite, ela ficava revoltada e retribuía falando mal do Pato Fu, minha banda favorita, não chegávamos a um consenso nunca, impressionante. Nesses casos temos que ser tolerantes, porque nem todos são obrigados a ter o mesmo gosto, mesmo que seja duvidoso. Vale ressaltar, que é preciso dosar o fanatismo, porque alguns beiram a loucura, basta lembrarmos de casos de fãs que assassinaram seus ídolos, como no famoso episódio de John Lenon.
Acredito que tem dois tipos de fãs, aqueles que são tão cegos pelo artista que tudo feito por ele é lindo, maravilhoso, surpreendente, são os tipos de fã mais apaixonados pelo artista do que pelo seu trabalho, esses são os mais chatos. Já a outra categoria de fã, na qual me encaixo, são os que, apesar de apaixonados e defensores até a morte de seu ídolo, sabem ter uma visão crítica sobre o trabalho do artista, capazes de reconhecer quando ele vacilou, ou fez um trabalho aquém do seu talento.
Enfim, ser fã é admirar seu ídolo, amá-lo, sentir a energia que ele transmite através da música, defende-lo contra tudo e contra todos independente de seus defeitos e boatos contra ele. E apesar de não se conhecerem, a relação entre o fã e seu ídolo é muito forte, a cumplicidade nunca terminará, esse é o ponto mais interessante dessa relação. É como uma adoração religiosa. Só quem é fã é capaz de entender esse sentimento. É por isso que toda vez que meu artista favorito entra no palco, grito, canto junto com a música, choro toda vez que me sinto emocionado, e tiro diversas fotos, mesmo já tendo várias, peço autográfo. Conclusão: Todo fã é um bobo e consequentemente um chato.
Falar mal do artista favorito é um insulto, é comprar uma briga feia. Lembro que brigava sempre com uma amiga da faculdade porque fazia críticas a Cládia Leite, ela ficava revoltada e retribuía falando mal do Pato Fu, minha banda favorita, não chegávamos a um consenso nunca, impressionante. Nesses casos temos que ser tolerantes, porque nem todos são obrigados a ter o mesmo gosto, mesmo que seja duvidoso. Vale ressaltar, que é preciso dosar o fanatismo, porque alguns beiram a loucura, basta lembrarmos de casos de fãs que assassinaram seus ídolos, como no famoso episódio de John Lenon.
Acredito que tem dois tipos de fãs, aqueles que são tão cegos pelo artista que tudo feito por ele é lindo, maravilhoso, surpreendente, são os tipos de fã mais apaixonados pelo artista do que pelo seu trabalho, esses são os mais chatos. Já a outra categoria de fã, na qual me encaixo, são os que, apesar de apaixonados e defensores até a morte de seu ídolo, sabem ter uma visão crítica sobre o trabalho do artista, capazes de reconhecer quando ele vacilou, ou fez um trabalho aquém do seu talento.
Enfim, ser fã é admirar seu ídolo, amá-lo, sentir a energia que ele transmite através da música, defende-lo contra tudo e contra todos independente de seus defeitos e boatos contra ele. E apesar de não se conhecerem, a relação entre o fã e seu ídolo é muito forte, a cumplicidade nunca terminará, esse é o ponto mais interessante dessa relação. É como uma adoração religiosa. Só quem é fã é capaz de entender esse sentimento. É por isso que toda vez que meu artista favorito entra no palco, grito, canto junto com a música, choro toda vez que me sinto emocionado, e tiro diversas fotos, mesmo já tendo várias, peço autográfo. Conclusão: Todo fã é um bobo e consequentemente um chato.
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