Semanas atrás assisti ao documentário Raul – O Início, o Fim e o Meio, sobre a vida e carreira do eterno maluco beleza. Foi curioso ver uma plateia tão diversificada, a começar pela faixa etária. Tinha um rapazinho que aparentava ter uns 16 anos sentado na poltrona a minha frente e super entusiasmado. O mais interessante é que ele foi assistir ao filme sozinho. No mínimo, uma situação curiosa, adolescente interessado nesse tipo de música, nesse tipo de gênero cinematográfico e ainda por cima não estava em bando, fiquei impressionado. Isso nos permite perceber como um artista e sua obra podem ser imortais, como pode influenciar gerações.
O documentário, dirigido por Walter Carvalho, tenta acompanhar a vida de Raul do início ao fim reunindo diversos depoimentos de pessoas que fizeram parte da sua vida O filme começa mostrando a infância do artista na Bahia e sua decisão em ser cantor de rock and roll. Pegava emprestado de amigos do consulado americano em Salvador discos de Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richards, ouvia o melhor do rock e Blues americano da década de 50 e 60. Aos 12 anos fundou o conjunto The Panthers (mais tarde Os Panteras), primeiro grupo de rock de Salvador a usar instrumentos elétricos. O filme mostra ainda sua trajetória até ganhar projeção nacional, que teve início com sua apresentação no festival internacional da canção em 1975 cantando “Let me Sing”, seu primeiro hit. Estão presentes no filme depoimentos da mãe do artista, dos amigos de infância, das ex-esposas, de Renato e seus Blue Caps, Tarik de Souza, Nelson Mota, Caetano Veloso, Roberto Menescal, Tom Zé, Pedro Bial, Marcelo Nova, e dos seus parceiros musicais, Claúdio Roberto e Paulo Coelho, este último responsável pela composição de boa parte do repertório dos discos fundamentais da carreira de Raul, e revela, sem pudores, ter sido responsável por apresentar as drogas mais pesadas ao cantor.
O material do filme é grande e bem diversificado, mostra os altos e baixos da carreira de Raul Seixas, a relação com as drogas, com o álcool, com as mulheres. O documentário alterna momentos de emoção (depoimento das companheiras, amigos e fãs, além de imagens de shows), diversão (presente em recortes de algumas entrevistas concedidas pelo artista ao longo de sua carreira), e certo constrangimento (como na fala de sua primeira filha que mora nos Estados Unidos e limitou-se a mandar uma mensagem via Skype relatando os motivos em não querer participar do documentário). O filme faz jus ao mito Raul Seixas. Um arrepio e certo nó na garganta é o sentimento que nos acompanha ao longo da película. E a prova viva de que Raul ainda exerce poder e influência no coração das pessoas foi constatada na empolgação do rapazinho de 16 anos, que assistia atento as imagens na tela e cantarolava algumas canções do ídolo. Então, Toca Raul!
O Início, o Fim e o Meio - Raul Seixas
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Ítalo Richard
às
10:23
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Para matar as saudades, The Cranberries - Roses
Postado por
Ítalo Richard
às
14:34
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Após um hiato de 11 anos sem lançar algo inédito, a banda irlandesa The Cranberries volta com o álbum Roses para matar a saudade dos fãs. Sucesso nos anos 90, a banda, comandada pela vocalista Dolores O’Riordan, ficou conhecida mundialmente pelos seus hits, o maior deles “Linger”, do primeiro disco, Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We?, não pode faltar em nenhum show. "Zombie”, “Go your own way”, “ Ode to my family” e “Just my imagination” também são algumas das músicas inesquecíveis do quarteto. Não há novidade, nem ousadia em Roses , é tudo muito convencional, mas nem por isso menos interessante e gostoso. O disco foi idealizado basicamente para os fãs, e se o objetivo era realmente esse eles acertaram em cheio.
Produzido por Stephen Street (Blur, Kaiser Chiefs), Roses traz o pop elegante, a mistura de folk celta com rock inglês dos anos 80 que deram identidade a banda, além, é claro, da voz delicada de Dolores. São 11 faixas e a receita é a mesma, leveza, canções bem arranjadas e bonitinhas fazem parte do cardápio, ou melhor, do repertório.“Tomorrow”, cartão de visitas do novo disco já nasce como hit. Destaque também para as ótimas “Show me the way”, “Waiting in Walthamstow”, “Schizophrenic Playboy” e “Fire & Rain”. O Cranberries é sem dúvida uma das minhas bandas favoritas, reúne um pop rock de refrão fácil, sem ser chato, e um tom levemente melancólico. Mesmo sem grandes surpresas, Roses exala bom gosto. Disco sob medida para matar as saudades.
Produzido por Stephen Street (Blur, Kaiser Chiefs), Roses traz o pop elegante, a mistura de folk celta com rock inglês dos anos 80 que deram identidade a banda, além, é claro, da voz delicada de Dolores. São 11 faixas e a receita é a mesma, leveza, canções bem arranjadas e bonitinhas fazem parte do cardápio, ou melhor, do repertório.“Tomorrow”, cartão de visitas do novo disco já nasce como hit. Destaque também para as ótimas “Show me the way”, “Waiting in Walthamstow”, “Schizophrenic Playboy” e “Fire & Rain”. O Cranberries é sem dúvida uma das minhas bandas favoritas, reúne um pop rock de refrão fácil, sem ser chato, e um tom levemente melancólico. Mesmo sem grandes surpresas, Roses exala bom gosto. Disco sob medida para matar as saudades.
Novidades da música brasileira em 2012
Postado por
Ítalo Richard
às
12:15
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O ano começou bem com dois grandes lançamentos da música brasileira, o novo trabalho de Céu “Caravana, sereia, bloom” , que adorei, mais intimista que o disco anterior “Vagarosa” (2009), Roberta Sá com “Segunda pele”, disco mais dinâmico, menos óbvio, e Lucas Santtana com “O Deus que devasta mas também cura”. E o ano segue com algumas novidades. Tulipa Ruiz que lançou em 2010, “Efêmera”, um dos melhores discos daquele ano, entra em estúdio em abril e pretende lançar até o segundo semestre o seu novo álbum. A produção continuará a cargo do seu irmão e guitarrista, Gustavo Ruiz. Rita Lee também irá lançar seu novo disco “Reza”, o CD será distribuído pela Biscoito Fino. Quem pensava que ela iria se aposentar após ter declarado que não irá mais fazer shows, enganou-se. O novo disco de Zeca Baleiro, “O disco do ano”, também está prestes a sair do forno. Ele retorna a uma grande gravadora, a Som Livre, depois de lançar alguns títulos pelo seu próprio selo, o Saravá Discos. Tem a estreia da Banda Uó com um trabalho de inéditas e canções autorais depois do lançamento de um EP de versões que misturam indie rock ao tecnobrega e clipes que bombaram na internet. Eles ainda pretendem lançar clipes para todas as músicas do CD, que tem previsão de sair em junho. E por falar em tecnobrega, Gabi Amarantos está chegando com “Treme” e promete sacudir a indústria da música.
São promessas, ainda para esse ano, materiais inéditos de Rodrigo Amarante, Otto, Nando Reis, Gilberto Gil, Titãs e Nação Zumbi. Além disso teremos o lançamento de um disco tributo a Caetano Veloso, que comemora 70 anos em agosto, com participações de artistas de diferentes gerações e estilos. Preparem os bolsos, encham os cofrinhos ou organize o HD de seu computador, porque esse ano promete.
São promessas, ainda para esse ano, materiais inéditos de Rodrigo Amarante, Otto, Nando Reis, Gilberto Gil, Titãs e Nação Zumbi. Além disso teremos o lançamento de um disco tributo a Caetano Veloso, que comemora 70 anos em agosto, com participações de artistas de diferentes gerações e estilos. Preparem os bolsos, encham os cofrinhos ou organize o HD de seu computador, porque esse ano promete.
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