A estética do videoclipe

quarta-feira, 31 de março de 2010
Vendo recentemente o novo e tão comentado videoclipe da Lady Gaga, Telephone, resolvi dedicar esse post ao videoclipe. Não irei me estender na sua história, para isso basta fazer uma consulta no Wikipédia, mas falar um pouco da sua estética e o seu papel como peça de divulgação da música pop.
O videoclipe começou a ser amplamente utilizado nos anos 60 pelos Bleatles, mas foi nos anos 80 que ele começou a ser popularizado, adquirindo uma estética e linguagens próprias. Além da música e da imagem, outros elementos como montagem, edição, efeitos especiais, entre outros, passaram a fazer parte da elaboração de um videoclipe. Nesse sentido, podemos com toda certeza afirmar que o grande responsável pela revolução do videoclipe é o rei do pop Michael Jackson. Se antes os videoclipes eram meras fusões de imagens que faziam algum tipo de referência à música, a partir dos clipes de Billie Jean e Beat it, houve uma aproximação formal do videoclipe com o cinema, através do conceito de enredo. O clipe mais famoso do disco de Jackson é o homônimo Thriller. O clipe é uma espécie de curta metragem , Thriller tem tudo de filme narrativo, além do enredo, apresenta personagens principais, um letreiro de apresentação, créditos finais, etc. Sua contribuição mais importante foi subverter a música ao clipe, e não o clipe à música. Ou seja, a música do clipe é bastante diferente daquela encontrada no disco. Thriller é um marco na música pop e também na história dos videoclipes.

Pois bem, hoje os videoclipes são apresentados de diversas formas, utilizando diferentes tecnologias, e não deixam de ser excelentes peças para divulgação de música. Particularmente acho mais interessantes videoclipes com enredos, com uma boa história para contar, mais do que simplesmente o registro da banda ou artista em ação. Parece que Lady Gaga aprendeu muito bem a lição, seus videoclipes são cheio de metáforas, com Telephone ela se supera sendo, inclusive, coautora do roteiro, e apresenta uma série de referências aos trabalhos do diretor Quentin Tarantino. Ponto para ela, Telephone é um bom videoclipe, e deixa de vez marcada sua identidade, já que explora ao extremo sua imagem. Resultado: em apenas uma semana, após estréia, ultrapassou a marca dos 20 milhões de acessos.

Enfim, fico impressionado com a criatividade de alguns diretores, clipes de artistas como R.E.M., Björk, Daft Punk, estão entre os meus favoritos. Entre os brasileiros estão sem dúvida os da banda Pato Fu, que eu simplesmente adoro! O Pato Fu, por exemplo, teve uma iniciativa inédita no Brasil, lançou em 2007 um DVD de videoclipes de todas as faixas do álbum “Toda Cura Para Todo Mal”, todos os clipes puderam ser feitos com total liberdade pelos diretores, alguns já consagrados como Jarbas Agneli, do famoso clipe Made in Japan. Alguns foram feitos com animação, outros com tecnologia de última geração como em Anormal. O videoclipe é sem dúvida uma peça fundamental de divulgação da música pop.

Para ver e ouvir:
Eu - Pato Fu


Grudenta, mas descartável

terça-feira, 16 de março de 2010
É impressionante como algumas canções se tornam chiclete, martelando em nossas cabeças mesmo quando não gostamos delas. Sem querer querendo somos pegos cantarolando, ou pior, tentando fazer alguns passinhos de dança das canções hits, aquelas que tocam incansavelmente nas rádios ou são exibidas em videoclipes na MTV. Nem um gênero musical escapa da canção hit, mas no pop a música chiclete é item obrigatório.

Na música pop (não qualquer Pop, mas o entertainment), qualquer cantor(a) que queira se destacar nesse cenário disputadíssimo tem que lançar uma canção que despontará como música do ano, ou pelo menos figurar entre as mais executadas. São geralmente músicas de apelo fácil, refrão curto e simples, que falam geralmente de festas, namoro, sexo, bebida, vingança, e todo tipo de banalidade, sendo associadas, na maioria das vezes, a performances extremamente sensuais e dançantes. Eis a fórmula da canção chiclete. Já me peguei cantando “Single Ladies Put A Ring On It” - chicletíssima!-, “Bad Romance”, “Gimme More”, "Tik Tok" (que eu não sabia nem quem cantava) e a chata, mas grudenta “Put It in a Love Song”, fora outras tantas por aí. Não tem jeito, o pop não polpa ninguém.

Enfim, sei que me divirto muito ouvindo e vendo tais performances, e cantarolando também, até porque sou apreciador da música pop, sem preconceitos, além de renderem muito pano pra manga. Mas, ainda bem que são iguais a chiclete, quando perde a graça nós descartamos.

As mulheres no poder!

sexta-feira, 12 de março de 2010


Essa semana foi comemorado o dia internacional da mulher, mais precisamente em 08 de março, e nada melhor que aproveitar essa deixa para falar sobre elas dentro do contexto musical. O movimento feminista levantava diversas bandeiras, como o direito ao voto, a igualdade salarial perante aos homens, a liberdade sexual, etc, etc. No cenário musical as mulheres também foram à luta contra o preconceito. No Brasil, por exemplo, as cantoras do rádio eram taxadas de todo tipo de adjetivos nada agradáveis. No século XIX a maestrina Chiquinha Gonzaga foi pioneira em quebrar as barreiras do preconceito enfrentando todo tipo de crítica, inclusive transitando entre o popular e o erudito. Nesse sentido, muitas cantoras da época de ouro do rádio se destacaram.

As mulheres passaram não só a mostrar talento para o canto como também tocar instrumentos que se encontravam sob o domínio dos homens. Com uma guitarra na mão elas impunham respeito. Janis Joplin, por exemplo, estava à frente de seu tempo, mostrou que rock também é coisa de mulherzinha, e de sexo frágil elas não tem é nada. Rainha branca do Blues com uma voz inconfundível, polêmica, espontânea, excêntrica, sensível, Janis foi com certeza a primeira voz feminina a marcar o rock chamando atenção do público com seu jeito despojado, estrondoso vocal, e principalmente pela maneira emotiva com que dava vida as suas canções. Começava a se abrir uma clareira em meio a escuridão do preconceito, as portas estavam agora abertas.

A rainha do Rock nacional Rita Lee, é sem dúvida alguma uma das maiores cantoras do nosso país. Talentosa, inteligente, criativa, soube driblar esse difícil caminho do rock tupiniquim. Rita Lee é também nosso grande exemplo de mulher brasileira que soube superar os preconceitos no inicio de sua carreira. Ela é hoje um exemplo e influência para a nova geração de cantoras nacionais.

Na seara do Pop estrangeiro a lista de heroínas é grande, leia-se Cyndi Lauper (ADORO), Tina Tuner, Whitney Houston e Madonna, essa última, responsável por toda diversidade de performances femininas que vieram depois. Todas elas com vozes marcantes tornando-se Divas mundiais, não há um ser que não seja seduzido por elas.

Se séculos atrás as mulheres que optavam pela carreira musical não podiam fazer muita coisa, hoje elas podem tudo, inclusive dominam o mercado mundial de discos. Elas se destacam por suas canções, suas vozes, sensualidade, por tudo e qualquer coisa, o palco é delas!




Sugestão de músicas para se ouvir lendo esse post:

Janis Joplin - "Piece of my heart"
Rebeca Matta - "Garotas boas vão pro céu, garotas más vão pra qualquer lugar"
Cyndi Lauper - "Girls Just Want To Have Fun"
Rita Lee - "Todas as mulheres do mundo"

Espicha Verão - Praia 24hs

sexta-feira, 5 de março de 2010
A terceira edição do Projeto Espicha Verão veio com tudo esse ano, o projeto tem a inteção de movimentar o circuito cultural da cidade e fazer com que os turistas permaneçam após o período do carnaval. O projeto abriga uma ampla programação que vai de atividades esportivas a uma série de shows, passando por concurso de caldinhos, cinema e teatro itinerante, exposição de artesanato e desfile de manifestações folclóricas do estado. Mas, o momento mais esperado são os shows que acontecem em plena praia do Porto da Barra. São dois palcos, um em terra e outro no mar, onde as atrações começam a se revezar a partir das 18h. Na primeira semana, a homenagem foi a Dorival Caymmi, com destaque para Alice Caymmi, 19 anos, filha de Danilo e neta de Caymmi (1914-2008), que lançou seu primeiro disco em 2009. Em 6 de março, o Espicha Verão comemora o Dia Internacional da Mulher, a convidada nacional é a carioca Isabella Taviani. O francês Pierre Verger (1902-1996) receberá homenagens dia 13, com uma exposição de fotografias no espaço chamado Praça das Artes, em frente ao Forte de Santa Maria. Neste dia, a atração mais aguardada é o grupo cubano Buena Vista Social Club.

O palco flutuante é um dos maiores encantos do projeto Espicha Verão, desde sua primeira edição. Fica localizado entre 30 e 50 metros da praia, a depender da maré do dia. Por lá, já passaram artistas como Gal Costa, Luiz Melodia e Francis e Olívia Hime.

Segue a programação de shows:

Dia 27/02 – Noite Dorival Caymmi

- Carlos Gazineu
- Carlinhos Cor das Águas
- Juan e Ravena
- Paulinho Boca
- Filhos de Ghandy
- Caymmi em 3 Tempos com Marilda Santana, Neto Costa e Simone Mota
- Alice Caymmi
- Jussara Silveira e Luiz Brasil
- Aloísio Menezes

Dia 6/03 – Homenagem ao Dia Internacional da Mulher
- Chita Fina
- Noeme Bastos
- Patrícia Costa
- Claudia Cunha
- Samba das Moças
- Juliana Ribeiro
- Márcia Short
- Isabella Taviani

Dia 13 – Homenagem à América Latina

- Buena Vista Social Club
- Orquestra Fred Dantas
- Gerônimo
- Waltinho Queiroz
- Palmyra e Levita
- Orkestra Rumpilezz

Fui na edição passada, nos três sábados, foi muito legal, é muita cerveja, música boa e banho de mar!