Posso ser uma pessoa suspeita em se tratando do Pato Fu, mas não ingênua. O segredo que envolvia o novo projeto da banda e estava escondido a sete chaves foi revelado causando estranheza e muita polêmica na comunidade “Patofuniana”. O novo álbum da banda, o décimo da carreira, se chama Música de Brinquedo, que foi totalmente gravado com instrumentos infantis. Acredite, todos os acordes e ruídos foram tirados de brinquedos. A proposta não é ser um disco infantil, mas uma recriação de clássicos do pop nacional e internacional, ou seja, músicas adultas em seus arranjos originais, só que tirados a partir desses pequenos artefatos. Ideia, no mínimo, inusitada, para não dizer maluca.
Será um risco? Um fiasco? Um risco sim, um fiasco talvez, mas pode ser um sucesso e dos grandes (aposto nisso). Para tomarmos as devidas conclusões só ouvindo, analisado e aguardando para saber. E é exatamente aí que gira a discussão dessa postagem. Várias pessoas que acompanham o trabalho da banda têm postado, comentários, ou melhor, fazendo pré-críticas a um disco que nem foi lançado, nem aconteceu. Alguns dizem que vai ser péssimo, que o Pato Fu colocou em risco sua carreira, que o disco é um fracasso. Foram muitos os jugamentos antecipados a favor e contra na comunidade da banda no Orkut, fato que me estimulou a escrever esse post.
Criticar é legítimo, porém sejamos justos, como falar mal de algo que não se ouviu? Acho legal quando uma banda ou músico arrisca ou aposta em algo que não é óbvio, que foge do habitual. Toda vez que um artista está para lançar um novo disco os corações dos fãs se enchem de expectativas, o que é completamente normal, mas é comum também não agradar a todos. Aí surgem as críticas e frustrações. No caso do Pato Fu, seus seguidores estão cientes que tudo pode acontecer, alguns gostam do lado pop, outros preferem o lado experimental, calmo, mais pesado. No entanto, todo artista tem o direito de se permitir, fazer o que tem vontade de fazer, ainda mais quando não se tem que provar nada a ninguém e está livre das pressões do mercado. Cabe ao público entender a fase da banda. Se querem fazer um disco com músicas adultas, mas com moldura infantil qual o problema? O importante é fazer bem feito, antes que alguém o faça.
Um video mostrando os bastidores da gravação, um pouco do que está por vir:
As críticas antecipadas ao novo disco do Pato Fu "Música de Brinquedo"
Postado por
Ítalo Richard
às
19:12
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Junho chegou, é tempo de Forró. Esse ritmo ganha destaque total nesse período do ano, assim como no carnaval tem sempre uma música que aponta como hit, aquela que durante algum tempo vai atormentar nossos ouvidos. Pois bem, no ano passado a música foi Chora, me liga de João Bosco e Vinicius, agora tem uma tal de Saia e bicicletinha do grupo Aviões do Forró, que não para de tocar nas rádios, carros e em festinhas, forte candidata a título de “Música do São João”.
O mais surpreendente é como o Forró foi se transformando e disseminando subgêneros, do autêntico Pé de Serra, tradicionalmente tocado com sanfona, zabumba e triângulo, hoje temos o forró Universitário, Sertanejo e Elétrico, com introdução de instrumentos eletrônicos, como a bateria, guitarra e baixo. Na verdade esses subgêneros, na minha opinião, só acrescentaram novas sonoridades, as letras das músicas que antes falavam do povo nordestino com todos os seus problemas, das belezas naturais e do amor ingênuo, deram lugar ao amor banal, traição e futilidades contemporâneas, numa tentativa de atrair os jovens para o consumo desse tipo de música. Para se ter uma ideia dessa transformação, basta ouvir Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Dorgival Dantas, para não citar outros grandes nomes, e compará-los ao tipo de forró feito hoje por bandas como Calcinha Preta, Cavaleiros do Forró, etc, etc. Vocês entenderão do que estou falando.
Não quero fazer aqui uma análise preconceituosa, mesmo porque acho que toda transformação é necessária para a própria evolução da música, só não podemos deixar que o Forró seja apenas essa coisa fútil e descartável que vemos hoje. Muitas festas de São João, por exemplo, tem se transformado em mega eventos que mais parecem um carnaval, e todos muito caros, pelo menos ainda restam algumas cidades do interior onde tem festa na praça de graça com vários sanfoneiros e bandas de forró dividindo o mesmo palco... Enfim, tomar licor e dançar aquele xote coladinho é bom demais.
O mais surpreendente é como o Forró foi se transformando e disseminando subgêneros, do autêntico Pé de Serra, tradicionalmente tocado com sanfona, zabumba e triângulo, hoje temos o forró Universitário, Sertanejo e Elétrico, com introdução de instrumentos eletrônicos, como a bateria, guitarra e baixo. Na verdade esses subgêneros, na minha opinião, só acrescentaram novas sonoridades, as letras das músicas que antes falavam do povo nordestino com todos os seus problemas, das belezas naturais e do amor ingênuo, deram lugar ao amor banal, traição e futilidades contemporâneas, numa tentativa de atrair os jovens para o consumo desse tipo de música. Para se ter uma ideia dessa transformação, basta ouvir Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Dorgival Dantas, para não citar outros grandes nomes, e compará-los ao tipo de forró feito hoje por bandas como Calcinha Preta, Cavaleiros do Forró, etc, etc. Vocês entenderão do que estou falando.
Não quero fazer aqui uma análise preconceituosa, mesmo porque acho que toda transformação é necessária para a própria evolução da música, só não podemos deixar que o Forró seja apenas essa coisa fútil e descartável que vemos hoje. Muitas festas de São João, por exemplo, tem se transformado em mega eventos que mais parecem um carnaval, e todos muito caros, pelo menos ainda restam algumas cidades do interior onde tem festa na praça de graça com vários sanfoneiros e bandas de forró dividindo o mesmo palco... Enfim, tomar licor e dançar aquele xote coladinho é bom demais.
Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo, e as pessoas já começaram a tirar a camisa da seleção do armário, a enfeitar as ruas, a dar palpites sobre os jogos. É nesse clima que o blog Todos os Ouvidos vem analisar uma das músicas oficiais da Copa da África. Claro que ela tinha que ser hit, grudenta e empolgante. Waka Waka, cantada pela cantora colombiana Shakira, tem ritmo contagiante, letra bacana, clima quente, colorido e envolvente, assim como a África. O mais interessante é que essa Copa não representa só um país, a África do Sul, mas um continente inteiro, um povo que apesar de sofrido é acolhedor, talvez essa seja uma das Copas mais interessantes de todos os tempos.
Mas, voltamos para a música Waka Waka, para quem viu a tradução a canção fala de uma batalha, do espírito de guerra, do soldado que cai e se levanta (aí representado pelos jogadores), daquele que não deve desistir nunca, é uma batalha do bem, típica do esporte, em busca, claro, da consagração máxima. E tais metáforas lembram bem a história da África, um povo que ainda hoje é guerreiro, não desiste nunca e é feliz. Segue um trechinho da letra: You're a good soldier/ Choosing your battles/ Pick yourself up/ And dust yourself off/ Get back in the saddle/ You're on the front line/ Everyone's watching/ You know it's serious/ We're getting closer/ This isn't over... Além disso, acho interessante a escolha de Shakira para cantar esse tema, por ser latina acredito que a canção transmite ainda mais um caráter de diversidade. A música é acolhedora, tanto pelo ritmo quanto pela dança. Mesmo que você esteja ali torcendo para que seu país esteja no topo, o espírito esportivo deve prevalecer. Em Junho todos os olhos e ouvidos estarão voltados para a África. This time for Africa.
Segue o video para quem ainda não viu:
Mas, voltamos para a música Waka Waka, para quem viu a tradução a canção fala de uma batalha, do espírito de guerra, do soldado que cai e se levanta (aí representado pelos jogadores), daquele que não deve desistir nunca, é uma batalha do bem, típica do esporte, em busca, claro, da consagração máxima. E tais metáforas lembram bem a história da África, um povo que ainda hoje é guerreiro, não desiste nunca e é feliz. Segue um trechinho da letra: You're a good soldier/ Choosing your battles/ Pick yourself up/ And dust yourself off/ Get back in the saddle/ You're on the front line/ Everyone's watching/ You know it's serious/ We're getting closer/ This isn't over... Além disso, acho interessante a escolha de Shakira para cantar esse tema, por ser latina acredito que a canção transmite ainda mais um caráter de diversidade. A música é acolhedora, tanto pelo ritmo quanto pela dança. Mesmo que você esteja ali torcendo para que seu país esteja no topo, o espírito esportivo deve prevalecer. Em Junho todos os olhos e ouvidos estarão voltados para a África. This time for Africa.
Segue o video para quem ainda não viu:
Quando um show arrepia até a alma
Postado por
Ítalo Richard
às
20:49
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Milhares de pessoas reunidas em um estádio, nervos em fúria, expectativas em alta, todos os olhos e ouvidos atentos para a apresentação da banda Aerosmith. Noite de 29 de maio de 2010, em meio a incertezas sobre o futuro da banda, devido às últimas notícias sobre uma provável substituição do vocalista Steven Tyler recém saído da reabilitação, poderia por em risco a apresentação do grupo e tornar o show um fiasco, ledo engano. A apresentação no Parque Antártica foi um sucesso, um verdadeiro show de performance por parte de Tyler e sua trupe. Depois de tantos anos e usos de drogas, é impressionante como Steven Tyler continua com o mesmo fôlego e mesma potencia vocal, me rendi ao som, pois até então tinha me deslocado de Salvador para São Paulo com minha amiga (fã dos caras) só por influência dela e da diversão.
Mas essa foi uma aventura surreal, era como estar em outro plano, com a galera cantando junto, participando, respondendo aos apelos de Tyler. O show foi impecável, com direito a clássicos das diversas fases da banda. Eat The Rich colada com Back In Saddle deram abertura ao espetáculo, outras músicas mais badaladas também estiveram presentes como Dream On, Livin' On The Edge, Crazy e Cryin', levando a galera ao delírio. Enfim, esse show provou que Tyler é insubstituível e continua com um fôlego de garoto. Foi de arrepiar até a alma. Outro destaque foi a presença de alguns pais na platéia acompanhando seus filhos, achei muito bacana isso, gerações distintas curtindo o mesmo som. O que é bom permanece.
* Foto: portal R7
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